Se é um leitor regular do nosso blogue, então sabe o quanto Vesternet gosto o sistema evohome da Honeywell - tanto que todos nós o usamos nas nossas próprias casas.
Já passou cerca de um ano desde que o instalámos, por isso pensámos que já era altura de publicar uma análise actualizada - mesmo a tempo da nova estação de aquecimento no Reino Unido!
No entanto, em vez de sermos nós a escrever este artigo, convidámos um colaborador para o fazer - Paul Ockenden da revista PC Pro. Paul também utiliza o sistema evohome da Honeywell há já algum tempo e agradecemos a sua opinião. É sempre bom ter uma opinião de terceiros que coincida com a nossa :-)
O Paul adaptou este artigo a partir de colunas anteriormente publicadas na PC Pro ....
Escolhas inteligentes de aquecimento
Está perplexo com a confusa variedade de sistemas de aquecimento inteligentes disponíveis atualmente? Há Google's Ninhoo sistema Hive promovido pela British Gas, e muitos outros actores como TadoInspire, Netatmo, PassivSystems... a lista continua, com novos actores a aparecerem nos vários sites de crowdfunding quase semanalmente.
A maioria destes dispositivos foi concebida para substituir o termóstato tradicional na parede, normalmente com alguma inteligência adicional: Talvez com temperaturas diferentes a determinadas horas do dia e permitindo ligar e desligar o aquecimento a partir do telemóvel quando se está fora de casa. Alguns têm integração com outros sistemas, como o IFTTT, e, cada vez mais, até "aprendem" a forma como vive a sua vida e começam a ajustar a programação armazenada para corresponder a isso.
A maioria destes sistemas funciona um pouco como um termóstato de aquecimento tradicional, na medida em que existe um controlador, normalmente numa parede algures, com um termóstato para toda a casa. Mas pense nisso por um momento: Consegue imaginar-se a viver numa casa com apenas um interrutor de luz? Uma em que todas as luzes se acendem e apagam ao mesmo tempo?
Para começar, isso seria um desperdício incrível de energia, pois estaria a iluminar divisões que não estão a ser utilizadas. Mas também seria desconfortável, uma vez que a pessoa que precisa de luzes brilhantes na cozinha para cozinhar incomodaria a pessoa que está a tentar ver televisão numa sala de estar com pouca luz, ou a pessoa que está a tentar dormir para aliviar uma enxaqueca num quarto às escuras. Um único controlo seria uma loucura, não é verdade?
Então, porque é que aceitamos a mesma coisa dos nossos sistemas de aquecimento? As válvulas termostáticas dos radiadores (TRV) podem ajudar um pouco, mas limitam-se a definir uma temperatura-alvo para uma divisão específica. Não fazem ideia se uma divisão vai estar ocupada em determinadas alturas do dia ou em determinados dias da semana. Se quiser que o seu quarto fique bem quentinho quando se levanta da cama de manhã, ele vai ficar quentinho o dia todo com uma TRV.
Gastamos uma fortuna em lâmpadas economizadoras de energia para reduzir as nossas contas de eletricidade, mas a iluminação representa menos de dez por cento dos custos de energia numa casa típica. O aquecimento e a água quente representam normalmente mais de 80% dessa fatura, pelo que é certamente aí que temos de procurar poupanças e melhorias.
A melhor forma de o conseguir é através do "zoneamento". Dividir a sua casa em áreas separadas, cada uma com o seu próprio programa de aquecimento. De facto, algumas casas de luxo já têm um sistema deste tipo, com válvulas perto da caldeira que abrem e fecham conforme necessário para aquecer diferentes partes da casa. No entanto, se tiver uma casa mais "normal", talvez com uma caldeira e um sistema de água quente antigos, existem sistemas disponíveis que lhe permitem instalar um sistema de zonagem.
Normalmente, estes sistemas funcionam substituindo as válvulas dos radiadores por controladores inteligentes, de modo a que, em diferentes alturas do dia, possam ser enviadas para o aparelho diferentes temperaturas "definidas".
Existem vários sistemas deste género no mercado, embora muitos tenham pequenos problemas que os prejudicam. Alguns necessitam de uma ligação por cabo a cada válvula do radiador - o que, nos dias de hoje, é uma loucura. Outros têm uma comunicação unidirecional de um controlador central para os controlos do radiador, enviando apenas o ponto de regulação da temperatura. O problema com isto é que o sistema não sabe quando a casa está à temperatura correcta e todas as válvulas estão fechadas. A caldeira continua a trabalhar.
Depois de muita pesquisa, o sistema que acabei por escolher para a minha casa foi evohome da Honeywell.
Honeywell evohome
O sistema evohome da Honeywell é composto por um dispositivo de controlo central, cabeças TRV especiais que são instaladas em todos os radiadores, além de algumas outras peças opcionais. Porque é que optei pelo evohome em vez dos outros sistemas disponíveis? Bem, principalmente porque é um sistema maduro. O controlador evohome está agora na sua terceira geração, embora na verdade seja ainda mais antigo do que isso, uma vez que as suas raízes estão num sistema ainda mais antigo chamado Hometronic. Mesmo os dispositivos de controlo de radiadores da Honeywell estão agora na sua segunda geração. Outros sistemas mais recentes ainda são muito V1.0, e têm os problemas associados que os dispositivos V1.0 parecem ter sempre.
No centro do sistema está o evohome Controlador. Este comunica sem fios (utilizando 868MHz) com todas as outras peças. Estas podem ser sensores (termómetros, por exemplo) ou actuadores (as coisas que ligam e desligam os radiadores, relés, etc.). Alguns dispositivos contêm ambos - os controladores de radiadores, por exemplo, para além de ligarem e desligarem os radiadores, também contêm um sensor de temperatura. E a comunicação é bidirecional, o que é importante em dois aspectos. Em primeiro lugar, significa que num TRV ou num termóstato de ambiente pode fazer uma alteração local e esta é comunicada ao Controlador evohome. A segunda razão para o canal de retorno é que os dispositivos podem comunicar a sua procura de calor, o que significa que a caldeira só precisa de ser ligada quando pelo menos um radiador está a pedir calor.
O sistema evohome é ideal para propriedades mais antigas com caldeiras e radiadores à moda antiga, embora também possa lidar com coisas como o aquecimento por piso radiante húmido. Se tiver um sistema com um depósito de água quente armazenada, aquecida indiretamente pela caldeira, o sistema também o controlará.
Vejamos com mais pormenor cada um dos vários componentes do sistema. O dispositivo de controlo tem um ecrã tátil a cores. É o coração do sistema e permite-lhe ver e controlar a temperatura em cada divisão (ou, mais corretamente, em cada zona - pode colocar várias divisões numa zona, se for mais fácil) e também a sua água quente. Para cada zona, pode definir diferentes temperaturas-alvo para várias alturas do dia (e mesmo para diferentes dias da semana). Também é possível anular a temperatura em qualquer zona durante um determinado período de tempo e há uma série de "acções rápidas" disponíveis que permitem, por exemplo, baixar a temperatura de toda a casa alguns graus ou colocar o sistema no modo "trabalhar a partir de casa", em que trata um dia da semana como se fosse um fim de semana.
O controlador tem duas opções de montagem - pode ser colocado num suporte de mesa ou fixado à parede. Contém uma bateria recarregável, pelo que pode ser retirado da parede ou da mesa durante curtos períodos de tempo, mas começará a emitir um sinal sonoro se o mantiver afastado da corrente eléctrica durante muito tempo.
Para além do rádio de 868MHz para falar com os vários componentes do evohome, o controlador também tem 2,4GHz Wi-Fi para falar com o seu router de banda larga. Estes comunicam com a infraestrutura de nuvem da Honeywell e permitem-lhe utilizar aplicações para smartphones, além de existir uma API (não bem documentada, mas com muitos exemplos de código no Github) e integração com outros sistemas, tais como SmartThings. As aplicações para smartphone e tablet reflectem praticamente as funcionalidades disponíveis através do controlador evohome.
Em cada divisão, é necessário controlar a fonte de calor, que na maioria dos casos será um radiador. Isto é feito utilizando Controladores de radiadores HR92. Se já tiver válvulas termostáticas de radiador, pode simplesmente remover a cabeça existente e substituí-la pelo HR92. A maior parte das marcas de TRV são suportadas, embora em algumas delas seja necessário utilizar um adaptador.
O HR92 detecta a temperatura na divisão (foi concebido para medir a temperatura da corrente de ar que ocorre à volta da extremidade de uma divisão) e tenta manter a temperatura definida. Fá-lo abrindo a válvula do radiador de forma proporcional (não apenas ligando ou desligando), e exigindo calor da caldeira, quando necessário - mais sobre isso daqui a pouco. Existe um grande ecrã LCD no HR92 que apresenta a temperatura atual definida para a zona - pode alterar isto se quiser mostrar a temperatura ambiente. Utilizando um seletor rotativo, também pode anular a temperatura definida pelo controlador evohome - qualquer ajuste local que faça será aplicado até à próxima mudança de temperatura programada.
Fiquei muito impressionado com o isolamento do sensor de temperatura dos HR92s, considerando que estão ligados a tubos quentes e sentados mesmo ao lado de uma grande fonte de calor. Mesmo quando um radiador está extremamente quente, o corpo branco do dispositivo parece manter-se à temperatura ambiente. A outra coisa impressionante é a duração da bateria - há duas pilhas AA no interior do HR92 e, apesar de toda a abertura e fecho mecânicos, das comunicações RF e de manter o ecrã LCD atualizado, as pilhas alcalinas normais duram cerca de dois anos (recebe uma notificação no controlador evohome quando precisam de ser substituídas).
Pode ter várias fontes de calor numa zona, e a evohome dá alguma flexibilidade quanto à forma como estas são tratadas. Cada uma pode funcionar isoladamente das outras, ou um radiador (ou outro sensor - mais daqui a pouco) pode ser o mestre, controlando todos os radiadores ou outras formas de calor. Por vezes, esta última opção funciona melhor se tiver uma divisão grande com vários radiadores, ou um espaço em plano aberto, e é o comportamento predefinido, ao passo que a primeira foi concebida para quando tem várias divisões numa única zona. Depois de ter utilizado ambas as opções, considero que, mesmo em espaços abertos de grandes dimensões, a opção "multi-salas" funciona normalmente melhor.
Em situações em que tem um radiador atrás de um sofá ou de uma cama, por exemplo, ou num daqueles estranhos armários de radiadores que estavam na moda há alguns anos, então o sensor no HR92 obviamente não lhe dará um verdadeiro reflexo da temperatura na divisão. Neste caso, pode utilizar um sensor externo na divisão. Existem duas opções principais disponíveis e, tal como os controladores do radiador, são totalmente sem fios. Existe um termóstato redondo e elegante para montagem na parede chamado Y87RF (pergunto-me quem é que pensa nestes nomes engraçados - também é conhecido como Termostato de Zona Única, mas isso é confuso quando utilizado numa configuração evohome), ou um dispositivo de aspeto mais utilitário conhecido como o DT92E. Ambos têm um visor bastante grande e mostram a temperatura ambiente atual. Com o primeiro, pode ajustar a temperatura da zona para cima ou para baixo, rodando uma grande moldura à volta do visor. O DT92E tem botões de pressão mais convencionais. Na verdade, vai dois passos mais longe do que o seu primo redondo e elegante, oferecendo um botão "eco" que pode ser utilizado para alterar a temperatura da zona durante um determinado número de horas (isto é feito independentemente das definições Eco disponíveis no controlador evohome). Também tem um botão que desliga toda a zona.
Outra vantagem que o DT92E tem sobre o Y87RF é que ele vem com um suporte de mesa, bem como uma instalação de montagem na parede. O termóstato redondo é apenas para montagem na parede. Vem com parafusos e buchas na caixa, mas se as suas paredes forem razoavelmente sólidas, descobri que a minha velha fita VHB favorita funciona muito bem.
Se é o tipo de pessoa que gosta de "mexer" nos dois termóstatos de ambiente, o DT92E é provavelmente a melhor aposta, mas se quiser apenas algo que tenha estilo na parede, recomendo vivamente o Y87RF.
Instalação
O manual de instalação da Honeywell é muito bom e bem pensado, e cobre a maioria dos tipos de instalação possíveis. No que diz respeito à forma como o sistema interage com a caldeira, existem algumas opções diferentes. A minha casa tem o que é conhecido como um sistema de aquecimento e água quente S-Plan - existem válvulas motorizadas separadas para os circuitos de aquecimento e água quente e, depois, uma alimentação de cada uma delas acciona a caldeira quando a válvula está totalmente aberta. Com os controlos de aquecimento convencionais, estas válvulas seriam accionadas a partir de um relógio de ponto e de um termóstato da divisão.
Ao instalar o evohome, ignora-se o relógio de ponto e o termóstato antigos e alimenta-se as válvulas de duas vias através de uma pequena caixa de relés montada na parede, conhecida como BDR91. É um recetor que recebe comandos do controlador evohome quando é necessário calor da caldeira, seja para aquecer uma divisão ou para a água quente. A propósito, a temperatura do reservatório de água quente é detectada através de um outro sensor sem fios alimentado por bateria.
Na minha casa, tenho 14 válvulas de radiador, ambos os tipos de termóstato ambiente, o sensor de água quente, dois BDR91s e, claro, o próprio controlador evohome. Seria de esperar que houvesse muita radiofrequência a voar por aí e que houvesse interferências ou colisões, mas não é esse o caso. O lado RF das coisas foi concebido para funcionar num princípio de um por cento. 1% de comunicação, 99% de silêncio. E os tempos dos vários dispositivos são escalonados, pelo que nunca há qualquer congestionamento sem fios percetível. Observei as comunicações utilizando o meu fiel scanner de radiofrequência e tudo parece acontecer de forma extremamente rápida.
É fácil instalar o sistema por si próprio. Não há canalização (a não ser que não tenha já TRVs), mas se tiver medo de eletricidade, pode precisar de um técnico para ligar os BDR91s.
Vale a pena?
Então, a grande questão é: vale a pena? Instalar um sistema evohome não é exatamente barato. Mas, por outro lado, os preços do combustível também não são. A Honeywell considera que o sistema permite poupar cerca de 40% na fatura do combustível. No meu primeiro ano de funcionamento, achei que se aproximava dos 25%.
Mas mesmo ignorando os aspectos económicos, o mais importante para mim é o conforto. Com o meu antigo sistema, um radiador estava a funcionar em pleno ou muito frio. A temperatura ambiente também variava. E quando andava pela casa, havia zonas que estavam demasiado quentes ou demasiado frias. O sistema evohome mudou tudo isso. Os radiadores estão agora quentes - apenas o suficiente para manter uma divisão à temperatura necessária. Não há mais aquecimento e arrefecimento à medida que o aquecimento se liga e desliga e, por isso, posso definir uma temperatura mais baixa do que antes, sabendo que não vai descer abaixo disso. A casa inteira sente-se muito mais confortável.
No passado, sempre me ri das pessoas que diziam coisas como "Em breve será altura de ligar o aquecimento" quando os dias começavam a ficar mais frios. Para mim, nunca foi preciso ligar ou desligar o aquecimento - tinha um termóstato na parede que fazia isso por mim. Quando o tempo estava mais quente, o aquecimento ficava desligado e depois, quando os dias ficavam mais frios, voltava a ligar-se. Tudo sozinho, de forma totalmente automática. Não era necessária qualquer intervenção manual.
No entanto, desde que instalei o evohome, que permite um controlo muito mais rigoroso das temperaturas, descobri que durante as semanas da primavera e do outono, embora seja ótimo que o aquecimento se ligue sozinho, não o quero tão quente como no inverno. É nessa altura do ano que os dias quentes e ensolarados significam céus sem nuvens, o que, por sua vez, significa que as noites podem ser bastante frias. Por isso, em dias como este, em que os dias estão bons mas há um pouco de frio de manhã e à noite, é bom aquecer um pouco as coisas. No entanto, descobri que aquecer a casa até à nossa temperatura habitual de inverno de 20 a 23 graus (dependendo da divisão) é, na verdade, um pouco quente demais nestas alturas do ano.
Penso que, em parte, é psicológico. Depois de um dia quente, é bom que as noites sejam um pouco mais frescas, mas não queremos que sejam demasiado frias. Um pouco de aquecimento é bom, mas só é preciso que o sistema alivie um pouco a tensão, sem estar a funcionar em pleno. Talvez a evohome me esteja a mimar, fazendo-me procurar um nível de conforto que eu simplesmente não tinha contemplado antes.
Felizmente, o sistema tem um modo especial "Eco", que anula temporariamente a temperatura de todas as zonas, reduzindo-as em três graus. Parece-me perfeito para os dias mais soalheiros durante estas semanas de transição e torna o espaço muito mais confortável. Mas, claro, a seleção do modo "eco" é um processo manual, por isso juntei-me à brigada da "intervenção manual". Sim, as mesmas pessoas de que já me tinha rido anteriormente. E isso não pode ser!
Como já deve ter adivinhado, existe uma solução, que é a seguinte IFTTTporque a Honeywell criou um canal IFTTT para o evohome.
Neste momento, não existem accionadores, o que é uma pena, porque não é possível fazer algo como "se o sótão estiver demasiado quente, baixe as persianas das janelas Velux".
O que pode fazer, no entanto, é ligar ou desligar a água quente, controlar a temperatura numa zona, permanentemente ou por um determinado número de horas, ou ativar/desativar uma das "Acções Rápidas" do evohome, como o modo Eco "baixar tudo em três graus" que mencionei anteriormente.
A forma mais simples de utilizar isto é combiná-lo com o canal Meteorologia, em que um dos accionadores é "Condições actuais", que devolve um de quatro valores: Chuva, Neve, Nublado ou Limpo. Na realidade, são necessárias três receitas (se ignorarmos a neve, o que é improvável durante estas semanas de transição). Assim, se a condição atual mudar para claro (ou seja, se for um dia de sol), ligue o modo Eco e, se ficar nublado ou chover, desligue o modo Eco. Desta forma, nos dias quentes do "verão indiano", o aquecimento é reduzido, ao passo que nos dias frios, húmidos e sombrios, o aquecimento é ativado corretamente.
Ufa, foi uma óptima leitura e, tal como mencionado no início do artigo, é ótimo ver um entusiasmo tão grande pela Honeywell evohome como o nosso!
Esperamos ver mais artigos do Paul no futuro. Entretanto, consulte a gama completa da Honeywell evohome aqui e não se esqueça de ler o nosso Guia de aquecimento para um resumo das opções de aquecimento da sua casa inteligente.
Por agora, adeus.
Martyn
